Década de 60. O lago ficava na descida da hoje José
tupinambá, antiga Nações Unidas (até o nome mudaram). Pois bem. O lago era a
referencia e o prazer de qualquer um dos moradores do antigo Jacareacanga.
Todos desciam em direção ao lago do aeroporto (e nem ficava muito próximo) Não,
ninguém atravessava a José tupinambá. Naquela época a rua terminava no lago.
Sim, esse mesmo que agora é canal, onde existe uma
ponte. Sim, um canal cheio de lixo.
Não, naquela época o lago tinha até areia no
fundo/leito. Tinha peixe. Tanto que a noite alguns moradores que ainda não tinham
deixado o vicio da pesca, iam arrumar a comida do dia seguinte, ou mesmo se
divertir com a pescaria no lago do aeroporto. Tinha muita pratinha.
Lembro do seu Dorival, senhor moreno de estatura
mediana. Morador da casa no meio do quarteirão (hoje Mãe Luzia entre Leopoldo
Machado e Jovino Dinoá) Era empregado na SUSNAVA (empresa de navegação do Território
Federal do Amapá) o Amapá já teve sua empresa de navegação. Um dia ela foi a pique...
Ai, o Sr. Dorival no inicio da noite de sexta feira
(quando tava de folga) passava com seu carrinho de mão e todo seu apetrecho de
pescador. Não podia faltar a sua garrafa de café, o livro de abade ‘Colombo’ e
o tabaco migado. No amanhecer do dia voltava com o carrinho com duas sacas
cheias de pratinha. Lembro que deixava alguns peixinhos em algumas casas, era o
prato principal do almoço: pratinha frita com farinha, feijão e arroz.
Um dia acabaram com o lago. Aterraram a rua. Fizeram a
ponte e inventaram um canal. Hoje o canal serve somente para acumular lixo. Os
mais antigos moradores do bairro, ainda recordam com o corpo molhado de
saudades e o sabor de peixe na boca o antigo lago do aeroporto.
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