segunda-feira, 1 de agosto de 2016

Cantiga Aporema em Dor Maior

Germinado nas folhas mangueiras da cidade, regado com as águas das chuvas da tarde caídas sob a cidade, assim chegou ao mundo molhado pelas águas/chuvas belenense e, assim veio aportar desde menino nas brenhas Território Federal do Amapá - TFA... Cresceu embalado pelo vento vindo do rio Amazonas, rio molhando a cidade e sua vida: Pedra do guindaste.

O som/vida veio brotando das bandas lagos/fazendas de lá, de lá daquelas paragens, paragens encharcadas de paisagens naturais, onde pirarucus/tucunarés dançavam ao sabor do luar, lugares onde também pescadores remavam sonhos, plantando esperanças na claridade das porungas...

Mas, foi justamente em uma facheada noturna do amor que vieste ao mundo e, já chegastes malhado pelas seis cordas do instrumento musical... Entre dedilhadas e dedeiras correstes mundo sons diapasão/violão. Dedilhastes acordes em sabores trairauçu/curupete, saboreando-os entre batuques e marabaixos. Abraçado ao instrumento que domastes, alongastes abraços abrasados em vida equatorial: esposa filhos netos amigos afilhados fãs. Seguistes então, remando entre noites madrugada e dias docas da fortaleza...

Tuas tardes: bairro do trem próximo a sede dos vigienses, onde tua vigilenga era a cadeira de balanço, teu olhar fixo na direção Sindicato, arrumando acordes em gavetas lembranças. Teus dedos já não mais corriam as cordas do violão, somente um olhar percorria e solava a vida. Um sorriso debochado em timidez entre os lábios... Um dia amanheceu...

Quando amanheceu esse dia, dia em vinte e cinco dobras matinais tingidas de cheiro queijo Amapá, amanheceu emudecendo sabor sinfônico de Apelo... Apelo de não partida, como se fosse um pedido, uma suplica para q ficasses mesmo q sentado, mesmo q não mais alisasses o instrumento agora abandonado, mas ficasses...

Mas em nota Dor maior Sabá se foi. Foi por ai, agora tocando nuvens e tirando sons dos buritizais em açaís na tigela, de uma cidade q já era... Saboreando sabor tucumã onde cartilha de ABC nogueira tapajó baden sempre arava suas manhãs em si bemóis...
Hoje o sol equatorial se abriu em verão para que iluminasse a passagem do som entre óculos de grossas lentes. Donde ele via/revia a cidade em sua transformação, onde unhas compridas dedilhavam emoções em doses compares...

Porem, mais do que nunca o violão na esquina da casa ainda sonha em rede atada com Urca bar, gato azul, clube do guri seu trampolim...  Mas agora!

Um som Celi anda pelas lembranças selando parcerias entre o sol e a sombra da castanheira, cantam cantigas em dor maior... Dor partida em cauda de cometas donde a vibração sonora também se fez maior... Som q hoje não tem mais guarida em sede social Esporte clube Macapá, Amapá Clube nem mesmo o circulo militar resistiu à investida de pessoas sem patentes musicais as quais destruíram a historia/monumento.

Neste momento os pássaros sobrevoam a cidade ouvindo bem distante um som dissonante desafinando uma Cantiga Aporema, cantiga tocada em Dor Maior com a partida do Sabá.

Obs.: pela passagem do sétimo dia da partida de Sebastião Montalverne. “ O importante é que a nossa emoção sobreviva...”