sexta-feira, 21 de abril de 2017

Será um peixe



Encontrei com ele de manhã bem cedo, eu já carregava a sacola com pães todos quentinhos. A garrafa de café estava vazia, ainda não tinham providenciado o elixir matinal, por qualquer motivo. Mas minha obrigação estava cumprida: os pães estavam à mesa.

Ele se voltou a mim e começou a me indagar sobre os rios da região, queria saber de tudo: profundida, largura, distancia e se existia bichos que pudessem devorar um ser humano. Tentei explicar dentro de minhas poucas experiências sobre o assunto. Na verdade fui empurrando com a barriga como se diz, quando não se tem domino do assunto.

Quis saber o motivo de seu interesse pelo assunto das águas. Enquanto lhe indagava, ele arrumava uma mochila, pude observar alguns apetrechos como boia/prancha de natação, protetor de ouvidos e um óculo...

Insistir no assunto, ou melhor, quis saber o porquê de sua indagação. Ele desconversou pedindo-me um copo de suco, mas que fosse natural. Ainda bem que tinha abacaxi cortado no congelador.

Alguém o chamou no portão. Ele se despediu e foi-se com uma toalha no ombro. Em cima da cadeira na sala um papel. Era a ficha de inscrição de sua competição. Ele é nadador! Já é medalhista.

Que vença mais uma. Ele é meu neto de nove anos de idade. Acho que ele será um peixe.

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