Chegou-me o CD de Oneide Bastos, composto por onze
cantigas/canção/carimbó/chula marajoara/marabaixo/samba e samba canção... Ela
vem batendo palmas e batendo o tambor, tambor de toda uma geração, de toda miscigenação.
Oneide Bastos traz a força da fé através dos toques dos
tambores, são toques espalhados desde os campos cerrados do curiau, vem em
procissão de fé à Santa Padroeira da Amazônia. Desce aos terreiros e faz sua
reverencia aos Santos nos altares e congares;.
Engana-se quem pensa que a cantora/intérprete/artista faz
seu debute, ao contrario, ela vem madurecendo o canto nas noites, dias e
madrugadas na cidade de Macapá, ela é tucuju. E assim chega aos nossos dias com
mais um trabalho musical e canto.
Ela soube escolher seu repertório, o qual tem cheiro de rede
atada na varanda, gemendo escapulas e levando-nos a sonhar, a amar mais nosso
pedaço de chão/torrão Macapá. É uma voz vagando nas beiradas dos rios em
montaria carregando bandeiras e ritmos nossos. O canto ancora em qualquer
porto/gosto amante da musica e acende lamparinas de esperanças no raiar do dia
que virá com amor e paixão.
Ela se coloca imponente dentro da musica amapaense, como uma
arvore de bacabeira frondosa em cantigas e boa expressão no cantar e olhar...
molha seu rosto de suor da labuta e lava com as águas escorrendo dos corações, pois,
ela canta com sentimento e paixão as coisa daqui.
É assim que ela vem batendo tambor. Quer dizer, depois de
tomar benção da Tia Chiquinha cantadeira de Marabaixo e moradora da comunidade
do Curiaú. É O. Bastos indo mergulhar na ancestralidade dos ritmos amapaense e
transporta para seu canto, cada musica é encerrada com toques de caixas de
marabaixo ao fundo, isso nos leva a pensar e dançar nosso ritmo marabaixo.
Também traz a chula dos campos alagados do Marajó, de lá um
dia também viemos através dos aruaques e chegamos remando em esperanças de
preservação de identidade, mas tivemos a permissão e a bondade divina de nos cruzarmos
com irmãos nagôs e fizemos nossa morada nessas terras. E aqui estamos cantando
e ouvindo o Cd de O Bastos “quando bate o tambor!”, assim não dá para pararmos,
então, é só entrarmos na roda e ouvi as musicas e dançar com sentimento das
boas coisas que temos aqui.
Ela chegou batucando, batucando e cantando esse nosso amor Amazônico.
Chegou com som estalando em caxixi feito em cipó titica. Ela é mãe de
Peixe-Sereia, por isso mãe Peixe-Sereia Sereia peixe também é!
Traz um olhar na capa/CD apoiado em suas mães, olhar de quem
aprecia as belezas do canto e escuta as vozes do rios, matas, cachoeiras,
igarapés e lagos... Assim também o som vindos dos terreiros. Por isso é agora
que temos que bater forte o tambor, para ouvir o CD de Oneide Bastos.
11 Músicas do CD
Bacabeira (Enrico di Micelle-Cleverson Baia- Joãozinho
Gomes)
Jurupari (Oneide Bastos)
Promessa de Mãe (André Luiz Barreto-Cassio Pontes)
Cabocla Linda (Willian Cardoso)
Flor da Ausência (Paulinho Bastos-Leandro Dias)
Canto a Amazônia (Paulinho Bastos-Oneide Bastos)
Urubu, Mestre do Voo (Eudes Fraga-Joãozinho Gomes)
Bate Tambor (Leci Brandão-Zé Mauricio)
Não Peguei o Ita ( Nilson Chaves)
Dovê (Oneide Bastos-Agessandro Rêgo)
Lamento (Fernando Chaves)
Um comentário:
Cadê o CD? tem como baixar?
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