domingo, 15 de setembro de 2013

Quando bate o tambor




Chegou-me o CD de Oneide Bastos, composto por onze cantigas/canção/carimbó/chula marajoara/marabaixo/samba e samba canção... Ela vem batendo palmas e batendo o tambor, tambor de toda uma geração, de toda miscigenação.


Oneide Bastos traz a força da fé através dos toques dos tambores, são toques espalhados desde os campos cerrados do curiau, vem em procissão de fé à Santa Padroeira da Amazônia. Desce aos terreiros e faz sua reverencia aos Santos nos altares e congares;.


Engana-se quem pensa que a cantora/intérprete/artista faz seu debute, ao contrario, ela vem madurecendo o canto nas noites, dias e madrugadas na cidade de Macapá, ela é tucuju. E assim chega aos nossos dias com mais um trabalho musical e canto.


Ela soube escolher seu repertório, o qual tem cheiro de rede atada na varanda, gemendo escapulas e levando-nos a sonhar, a amar mais nosso pedaço de chão/torrão Macapá. É uma voz vagando nas beiradas dos rios em montaria carregando bandeiras e ritmos nossos. O canto ancora em qualquer porto/gosto amante da musica e acende lamparinas de esperanças no raiar do dia que virá com amor e paixão.

Ela se coloca imponente dentro da musica amapaense, como uma arvore de bacabeira frondosa em cantigas e boa expressão no cantar e olhar... molha seu rosto de suor da labuta e lava com as águas escorrendo dos corações, pois, ela canta com sentimento e paixão as coisa daqui.


É assim que ela vem batendo tambor. Quer dizer, depois de tomar benção da Tia Chiquinha cantadeira de Marabaixo e moradora da comunidade do Curiaú. É O. Bastos indo mergulhar na ancestralidade dos ritmos amapaense e transporta para seu canto, cada musica é encerrada com toques de caixas de marabaixo ao fundo, isso nos leva a pensar e dançar nosso ritmo marabaixo.


Também traz a chula dos campos alagados do Marajó, de lá um dia também viemos através dos aruaques e chegamos remando em esperanças de preservação de identidade, mas tivemos a permissão e a bondade divina de nos cruzarmos com irmãos nagôs e fizemos nossa morada nessas terras. E aqui estamos cantando e ouvindo o Cd de O Bastos “quando bate o tambor!”, assim não dá para pararmos, então, é só entrarmos na roda e ouvi as musicas e dançar com sentimento das boas coisas que temos aqui.


Ela chegou batucando, batucando e cantando esse nosso amor Amazônico. Chegou com som estalando em caxixi feito em cipó titica. Ela é mãe de Peixe-Sereia, por isso mãe Peixe-Sereia Sereia peixe também é!



Traz um olhar na capa/CD apoiado em suas mães, olhar de quem aprecia as belezas do canto e escuta as vozes do rios, matas, cachoeiras, igarapés e lagos... Assim também o som vindos dos terreiros. Por isso é agora que temos que bater forte o tambor, para ouvir o CD de Oneide Bastos.  


11 Músicas do CD
Bacabeira (Enrico di Micelle-Cleverson Baia- Joãozinho Gomes)

Jurupari (Oneide Bastos)

Promessa de Mãe (André Luiz Barreto-Cassio Pontes)

Cabocla Linda (Willian Cardoso)

Flor da Ausência (Paulinho Bastos-Leandro Dias)

Canto a Amazônia (Paulinho Bastos-Oneide Bastos)

Urubu, Mestre do Voo (Eudes Fraga-Joãozinho Gomes)

Bate Tambor (Leci Brandão-Zé Mauricio)

Não Peguei o Ita ( Nilson Chaves)

Dovê (Oneide Bastos-Agessandro Rêgo)

Lamento (Fernando Chaves)

Um comentário:

Mila Rose disse...

Cadê o CD? tem como baixar?