Texto lido na abertura do programa Artes das Artes
Osvaldo Simões
Hoje 27 de setembro de 2013, 17
horas na linha imaginária, linha do equador, no momento estamos no equinócio de
outono no hemisfério norte e da primavera no hemisfério sul. Estamos no meio
dos hemisférios, no meio das estações de outono e primavera.
.
Mas hoje,
comemoramos o aniversário de 90 anos do nascimento do Poeta, Jornalista, Desportista
Chaviense-Amapaense-Macapaense, um amazônida: Arthur Néri Marinho. Um Escritor.
Um Literato. Nascido em27 de setembro de 1923
E a literatura
Amapaense, ou literatura aqui produzida, vem de bubuia desde muito tempo. Ela
veio enfrentando pororocas, secas e lançantes. Algumas vezes encalhou nas bocas
dos rios, outras vezes navegou em plenilúnio das noites e cios. Assim, ela veio
descendo e subindo rios, como uma grande canoa, rebocando aqueles que lhe
acenasse das beiradas dos rios literários e veio transportando todos, sempre
dando um jeito de acolher, arranjando escapulas para atar a rede de mais um
escolhido nas águas da escrita.
Assim vem, desde Alexandre Vaz Tavares,
Movimento Rumo, Academia Amapaense de Letras, Associação Amapaense de
Escritores, deságuando a produção hoje na II Flap – Feira do Livro Amapaense...
a qual banhará a cidade com letras... Nesse mês de outubro que se aproxima.
E quem representa hoje no Programa Radiofônico
“Artes das Artes” essa carga-poética transportada na grande canoa literária Amapaense
é Arthur Néri Marinho, Arthur Marinho como era conhecido literariamente, nasceu
no Município de Chaves no Pará, na Ilha do Marajó. Sim, era caboclo marajoara.
Caboclo das terras crescidas e encharcadas, das canaranas e matupás...
Chegou a Macapá Capital
do Território Federal do Amapá no ano de 1945, aqui arriou sua bagagem
literária e fez sua morada, dançou marabaixo e batuque, sentiu o cheiro da
gengibirra e fez promessas à São José. Daqui passou a absorver o sabor das manhãs equatoriais e o
entardecer às margens do rio Amazonas, pois, era dali, da pedra do guindaste que
observava e absorvia a beleza Macapanse, então já embebecido pela simplicidade
da cidade Macapá, escrevia para ela que iniciava sua trajetória na organização
publica...
Arthur
funcionário publico. Da labuta na repartição publica às caminhadas na Doca da fortaleza,
bairro do Trem, do laguinho, favela, até se radicalizar no Jacareacanga, em uma
das casas na Vila do Ipase, ali só morava funcionário do GTFA.
Arthur da Poesia,
do jornalismo, escreveu artigos, crônicas publicadas nos jornais de sua época.
Na repartição publica fez petições, despachos, memorando e ofícios. Foi Chefe
de Gabinete de Governo. Arthur também desportista, foi fundador da Sociedade
Esportiva e Recreativa São José... Time de futebol de muitos títulos, chamado
hoje de “o mais querido”, tem sua sede no bairro da Laguinho. Assim como o
Beira Lago time da vila... Sócio fundador do Grêmio Literário e Cívico Rui
Barbosa.
Arthur de muitos
instrumentos. Mas, o que ele mais utilizou foi a lapiseira, a caneta e o papel,
esses ele manuseou com maestria para burilar suas letras: poesia. Participou do
primeiro movimento literário amapaense intitulado “Movimento Rumo” participando
assim da Antologia Novos Poetas Amapaense em 1960 e da Coletânea Amapaense em
1988. Publicou duas obras literárias: Sermão de Magoas em 1993 e Cantigas do
meu retiro em 2002
Lembremos do
Arthur. Lembrando principalmente da simplicidade do Poeta. Do Poeta Arthur.
Lembremos também da caminhada que fazia no entardecer do dia, próximo à igreja
Jesus de Nazaré na Rua Leopoldo Machado, em direção a sua residência, pois, morava
na Vila do Ipase desde quando não existia passagem para o bairro do pacoval. E
a casa da Suerda ficava d’outro lado do lago.
Por onde passava,
em todos os afazeres/fazeres do Seu Arthur, estava a sensibilidade e a
fraternidade do Poeta Arthur Neri Marinho.
Aqui no estúdio,
também está uma de suas obras, sua sobrinha e sua sobrinha neta..... São inúmeras as obra do Grande Poeta Arthur. O Poeta Arthur Néri Marinho obedeceu a máxima: “Escreveu Livros, fez
filhos e Plantou arvores” hoje
fazem 10 anos que ele nos deixou materialmente e indo lapidar mais poesias na
Grande Estrela ao lado do Pai Celestial.
Viva a arte das
artes! Viva a arte das letras! Viva a Literatura! Viva a Poesia aqui produzida!
Viva é a Poesia
de Arthur Néri Marinho.!