Sim, o mês está chegando aos seus finalmente. O mês, é o
mês do carnaval. É o mês de fevereiro...
Meu amigo ontem à noite, resolver confessar algumas coisas
de sua intimidade. Principalmente a sua paixão recolhida-encolhida. Bem, não
fui eu em perguntou. Foi ele quem em ato de desabafo resolveu contar, desabafar...
Disse que, há muito tempo passado, quando as escolas de
samba visitavam as casa, ou melhor, quando famílias contratavam algumas alas da
escola de samba da cidade, para que se apresentesse, que fizesse suas exibições
em frente às residências.
Contou-me, ter sido em uma dessas exibições de uma escola,
quando se apaixonou por uma sambista. A sambista era menor. Trajava um biquíni
com lantejoulas e um sapato chiclete (sapatilha antiga). A menina rebolava como
ninguém, contaram a ele que ela tomou azougue para ficar mole daquele jeito.
Ele acreditou, afinal, era a sua paixão.
As batalhas de confete acabaram. As famílias não
contrataram mais nenhuma ala. As escolas se profissionalizaram (?), não
aconteceu mais exibição em frente às casas... E a menina cresceu, desapareceu
de sua vida. Mas, em seu peito, seus olhas a menina está até hoje sambando,
rebolando seu corpo.
Disseram a ele, que ela está na cidade e virou artista
visual. Que faz umas paisagens bonitas. Só não pinta o samba. Ele está achando
que a tinta endureceu seu coração, amarrotou a cara da sambista... Mas apesar
de estar terminando o mês do carnaval, a passarela para ela sambar está pronta
como sempre...
Eu acho que ela deveria jogar fora as tintas, ou
utiliza-las nas pinturas dos adereços da saudade e, vim sambar nessa passarela
do coração do meu amigo, ele ainda sonha com ela, seus sapatos de chiclete,
mesmo terminando a quadra de momo, mesmo findando o mês, ele quer ver
requebrando em seus braços, o corpo da sambista de ontem...