terça-feira, 19 de janeiro de 2016

Caminhada




Líderes e adeptos de religiões de matriz africana caminharão em Macapá para pedir paz

Em todo o Brasil, o dia 21 de janeiro é marcado por celebrações de combate à intolerância religiosa. No Amapá, com o apoio da Prefeitura de Macapá, por intermédio do Instituto Municipal de Políticas para Promoção da Igualdade Racial (Improir), adeptos de religiões de matriz africana organizam uma caminhada que sairá da Praça Barão do Rio Branco em direção ao Trapiche Eliezer Levy. Com apresentações culturais e rituais místicos, líderes de casas religiosas querem chamar atenção da sociedade amapaense pedindo paz e respeito na I Caminhada das Bandeiras de Matriz Africana - Diga Não a Intolerância Religiosa.

“Nossa luta é por respeito, embora tenham ocorrido alguns avanços nos últimos anos. O maior desafio ainda é o de esclarecimento. O candomblé, a umbanda e outras religiões são demonizadas porque existem pessoas com ideias totalmente equivocadas de nossa filosofia. O que pregamos é o amor e não o ódio”, diz mãe Nina, coordenadora do ato em Macapá.

A data de combate à intolerância religiosa foi instituída em 2007 depois da morte da sacerdotisa do candomblé Gildásia dos Santos, conhecida como Mãe Gilda. Após ter a casa e o terreiro invadidos por grupos de outra religião e o marido agredido, a Iyalorixá morreu em decorrência de um infarto. 

Atualmente, o dia é uma oportunidade para atentar sobre a necessidade de se respeitar a diversidade religiosa e, assim, reduzir os casos de crimes de ódio no país.

A programação inicia às 14h30, na Praça Barão do Rio Branco, com apresentações culturais de Marabaixo, hip-hop, capoeira e rituais místicos com roda de cânticos das nações religiosas. Às 16h, o movimento ganha as ruas, seguindo pela Cândido Mendes até a Av. Padre Júlio, e depois em direção ao Trapiche Eliezer Levy, onde os rituais terão continuidade.

Rita Torrinha/Asscom Improir

segunda-feira, 18 de janeiro de 2016

Parece que foi ontem



Sim, parece que foi ontem. Mas lembro como se fosse hoje. A cassa na Avenida Mãe Luzia gemida, sim, daqueles grudadas, de duas moradas, eram comuns naquela época. Era novidade ainda nessa paragem.

Pois bem, a expectativa era grande. Primeiro filho daquela união. Já tinhas ameaçado buiar, meter a cara no mundo. Foi numa noite de luz cheia, e eu que não acreditava na força dessas coisas, passeia a acreditar.

Sem muito entender, já estavas pronto. A barriga da mãe já não agüentava mais, a pele toda esticada, mas ela carregava um sorriso no rosto e a total cumplicidade no ventre. O dia era de sol, mesmo que o período fosse de chuva. Naquela manhã não estava diferente...

As coisas estavam arrumadas na sacola. Inclusive a mamadeira... Às dez horas da manhã começastes a ameaçar vim. Meter a cara no mundo...

Tua mãe se encaminhou para a maternidade. Fiquei nervoso, ansioso... Logo mais fui atrás. Nasceste nesse horário do dia 18 do mês de janeiro, mês primeiro do calendário, no décimo oitavo dia do mês, cuja somatória é nove, numero para alguns como numero perfeito. És o segundo.

Pois isso, hoje é teu aniversario. Parabéns! E obrigado por me aceitares como teu pai... E lá se foram 36 anos de caminhada. Felicidade e muita Luz em tua vida, meu filho.

domingo, 17 de janeiro de 2016

O lago do aeroporto




Década de 60. O lago ficava na descida da hoje José tupinambá, antiga Nações Unidas (até o nome mudaram). Pois bem. O lago era a referencia e o prazer de qualquer um dos moradores do antigo Jacareacanga. Todos desciam em direção ao lago do aeroporto (e nem ficava muito próximo) Não, ninguém atravessava a José tupinambá. Naquela época a rua terminava no lago.

Sim, esse mesmo que agora é canal, onde existe uma ponte. Sim, um canal cheio de lixo.

Não, naquela época o lago tinha até areia no fundo/leito. Tinha peixe. Tanto que a noite alguns moradores que ainda não tinham deixado o vicio da pesca, iam arrumar a comida do dia seguinte, ou mesmo se divertir com a pescaria no lago do aeroporto. Tinha muita pratinha.

Lembro do seu Dorival, senhor moreno de estatura mediana. Morador da casa no meio do quarteirão (hoje Mãe Luzia entre Leopoldo Machado e Jovino Dinoá) Era empregado na SUSNAVA (empresa de navegação do Território Federal do Amapá) o Amapá já teve sua empresa de navegação. Um dia ela foi a pique...

Ai, o Sr. Dorival no inicio da noite de sexta feira (quando tava de folga) passava com seu carrinho de mão e todo seu apetrecho de pescador. Não podia faltar a sua garrafa de café, o livro de abade ‘Colombo’ e o tabaco migado. No amanhecer do dia voltava com o carrinho com duas sacas cheias de pratinha. Lembro que deixava alguns peixinhos em algumas casas, era o prato principal do almoço: pratinha frita com farinha, feijão e arroz.

Um dia acabaram com o lago. Aterraram a rua. Fizeram a ponte e inventaram um canal. Hoje o canal serve somente para acumular lixo. Os mais antigos moradores do bairro, ainda recordam com o corpo molhado de saudades e o sabor de peixe na boca o antigo lago do aeroporto.

sábado, 16 de janeiro de 2016

São batuques




 no Clube da esquina com Chocolate e Tapioca

Não. Não é o grupo mineiro. É o show que os músicos compositores/cantores/instrumentistas Helder Brandão e Beto Oscar realizam hoje dia 16 de janeiro na esquina da Av Almirante Barroso com a Rua Santos Dumont

O show acontece no espaço Chocolate com Tapioca, lá os dois artistas misturam a esse sabor a reverberação de sons em suas variadas formas e ritmos. Dos batuques e sons das caixas de marabaixo até as esquinas mineiras, onde um grupo resolveu também enveredar em sons das montanhas mineras, misturando assim tutu, torresmo e uma boa pinga. Ao comando de Milton Nascimento, Lô Borges, Toninho Horta e tantos outros muitos músicos compositores instrumentistas mineiros. Som de uma esquina que influenciou e influencia ainda muito outros.

Mas daqui dessas terras tucujus os dois artista Helder e Beto também fazem seus sons amparados nos sabores de suas gentes e suas raízes. Ao sabor do vinho/mingau de mucajá, dançando em cuias aos sons de batuques, folias, zimba e marabaixo... 

Os dois vão executar seus trabalhos percussivos instrumentais e vocais a parti das 22 horas, em um espaço na esquina, onde vozes, ritmos e sabores se misturarão, por isso, quando escutarem os sons em notas e acordes produzidos pela execução de Helder e Beto, não se espante que São batuques ritmados em boemias...

Serviço:
Data: 16 de janeiro
Local: Chocolate com Tapioca
Endereço: Av. Almirante Barroso, de canto com a Rua Santos Dumont
Hora: 23h30
Mesa: R$ 50,00
Contato: 981214377 / 99189-8067


sexta-feira, 15 de janeiro de 2016

O mundo encantado



 Contação de história

Evento livre para todas as idades e gratuito 

Quando a maré encher ou vazar, no período de 15 a 17 de janeiro, caranguejo sendo  ou não peixe, acontece a oficina, palestra e bate papo com autores, narradores e contadores de historias. Nesses dias no horário  das 14 as 18 horas, alem de socializarem os conhecimentos sobre as técnicas para o aperfeiçoamento da arte de contar historias, também haverá avaliação da contação como profissão.

Acontece na Fortaleza de São José de Macapá. Sim, o forte foi escolhido como o lugar, palco e cenário para o encontro, oficina e palestra por causa da sua importância histórica para o Amapá e para a Amazonia. Como disse Joca Monteiro ““Os contos de donzelas serão contados na capela, no calabouço, as histórias do bom moço, no revelim, basta olhar e ouvir as histórias das muralhas dali. E “as histórias de arrepiar e apertar o coração serão contadas na casa mata, na prisão”

O ator/autor e contador de historias organizador do evento Joca Monteiro, afirma que durante o evento será discutido o projeto de Lei que tramita na congresso nacional, o qual prevê o dia Nacional dos Contadores de Historias. 
Por isso, nessa data, mergulhe nas águas da imaginação. Vá fundo no mundo imaginário amazônico. Vá despido de medo para o encontro com a ancestralidade, tenha cuidado somente para não pisar na mão do fogo e apagar a grande chama do sonho...

Venha sem medo e sente ao redor da fogueira, sente-se no alpendre da casa, deite na rede ou embaixo dela e faça a sua viagem no imaginário mundo encantado da Amazônia.

Se você se arrepiar, não precisa passar alho em suas mãos, deixe que os caruanas cheguem, estão se aproximando. Deixe  eles sentarem também a grande mesa da contação... Deixe que eles se sirvam do grande manjar, deixe que eles se sirvam no grande tacho da memória.

E se você vê algum contador arregalando os olhos, revirando os lábios, rindo ou chorando, não se assuste, pois, o Contador de história é um ser que viaja com vários instrumentos navegando em qualquer direção, como diz J. Monteiro "O contador de histórias utiliza dessa ferramenta ancestral para ministrar a palavra e alcançar as pessoas no universo do imaginário, acessando o lúdico e deixando os benefícios das histórias, além de ser um agente transformador da sociedade", disse ainda Monteiro.

Traga na sacola, lápis, canetas coloridas, tesoura, cola, roupa confortável, pão, dinheiro, mulher, entre na roda, tire o sapato, não se preocupe com o chulé ou bicho de pé. Nesse momento, os baluartes do forte estarão servindo de alto falante e anunciando aos quatros cantos da cidade e do rio mar, toda a arte da contação de historias.
Entre na onda do rio na era uma vez, deixe fluir os contos contados nas noites estreladas ou chuvosas de sua vida infância/adolescência/adulta. Venha e faça essa viagem de retorno ao centro da vida, de quando você se embrulhava na rede imaginando o día que amanheceria... Venha contar as suas historias. Não tenha receio, deixe fuir a historia que você conta/ouve. Não se preocupe que ela será saboreada com chicória ou alfavaca, com tomilho ou orégano... 

Venha saborear essa caldeirada de contação de histórias.
O evento é gratuito e contará com a presença de professores, artistas, acadêmicos de várias cursos e todos, que segundo o organizador, se identificam como contadores de histórias."O que importa é que existam pessoas que se disponham a manter acesa a chama do transmitir perpetuando as emoções", completou Joca.

Programação
Dia 15
14h - Oficina: Interpretação para arte de contar Histórias
17h - Cadastro de Contadores de Histórias locais
Dia 16
14h - Oficina: A encantaria amazônica no contar histórias
17h - Os avanços da luta Nacional pela profissão do Contador de histórias
Dia 17
17h - Mostra de contadores de histórias para o público em geral

Serviço
Encontro de Contadores de Histórias no Amapá
Oficina: O mundo encantado da contação de história
Data: 15 a 17 de janeiro
Hora: 14h às 17h
Local: Fortaleza de São José de Macapá
Entrada: gratuita