quarta-feira, 30 de dezembro de 2015

O filho do estrangeiro




Cresceu assim, entre a fala enrolada do pai e a fala solta da meninada na rua. Se desenvolveu achando que era dono do mundo, sim, dono do mundo. Achava porque falava alguma coisa no idioma do pai e os meninos da sua idade não sabiam, com isso achava-se diferente. Cresceu achando superior a todos.

Da nacionalidade do pai nada sabia, a única coisa que sabia era que, tinha sido preso e cumprido pena na penitenciaria do Estado, tudo por causa de um carregamento de cocaína. Agora se era boliviano, colombiano ou qualquer outra coisa, disso ele não sabia.

Porem, desde cedo era empolgado com as coisas  estrangeiras. Fazia apologia às coisas importadas. Aprendeu que isso lhe dava um poder de ganho entre os meninos. Daí, passou na escola a negociar viagem para conhecer seus parentes que nunca conheceu. Quer dizer, nem todos, conheceu um sim, um que fora preso com seu pai.

O pai por sua vez fazia questão de nunca mencionar suas origens, procedências, isso aos filhos. Mas na rua falavam que seu pai era procurado e diziam que ele tinha uma prisão preventiva decretada. Com isso, passou aqui a defender qualquer governo/político brasileiro que fizesse/faça oposição aos governos da America latina...

O filho passou a ser conhecido como o filho do estrangeiro, devido ao pai. Mas ele mesmo se achando, nunca foi estrangeiro em seu País. Chegou aqui pelo município ainda bem fedelho (e continua, apesar de ter mudado de idade) já chegou sim, com um olhar de ratazana por detrás de uns óculos, em suas narinas o cheiro de se dar bem, independente do que tivesse que fazer...

Viu que as coisas que lhe poderiam render sucesso, era uma delas, puxar saco de político. Foi à luz acessa em sua cabeça de trambique iro/mentiroso. Mas teria que ser melhor que o pai. E foi. Enquanto o pai ficou somente em suas plantações no cinturão verde da cidade. Ele foi mais alem. Conseguiu se filiar em um partido socialista.
 
Viu que por ali não alçaria o vôo pretendido. Mudou de partido. Foi PSC, mas não se converteu saiu. Arranjou guarida no PDT, também não deu certo. PSDB nem pensar, é que o FHC fez algumas coisas aos menos favorecidos. 

Hoje, com sorriso sarcástico entre os dentes implantados e lentes dos óculos importado, trafega com as mãos ensaboados e os dedos escorregadios num trânsito entre o PMDB e o DEM. Espantem-se,  ainda se acha o grande progressista /evolucionista da historia... O filho do estrangeiro é louco mesmo...

sábado, 26 de dezembro de 2015

Um bairro em festa




Osvaldo Simões

Pensem num bairro onde os seus moradores valorizam as suas coisas, e tudo acaba em grande comemoração. Ali tudo/todos recebem homenagens. Um bairro onde os moradores reconhecem e respeitam seus ídolos, heróis, historias e tradições. Esse bairro é o bairro do Laguinho, que até já descobriu a data de sua criação, simplesmente para comemorar...

Mas hoje, a festa que os moradores do bairro promovem é em homenagem a um banco, ao Banco da Amizade. Para as pouquíssimas pessoas que não conhecem essa história, vou contar, ou melhor, dizer o que significa. : o Banco da Amizade é um espaço construído há 44 anos passado, edificado pela necessidade de um espaço para fluir a conversar nos finais de tarde, estendendo-a até a boca da noite.

Esticando o papo, as conversas, historias e fofocas ocorridas durante o dia na cidade. Assim, dois amigos começaram a se encontrar nos finais de tarde... Quando se espantaram, a meninada da pelada do final do dia no campo em frente à escola Gal. Azevedo Costa já estava também dando o seu pitaco.

Foi necessário aumentar o banco. Hoje o banco é de alvenaria, fica bem ao lado do muro da escola General Avezedo. E dia 26 de dezembro é seu aniversario. Hoje ele completa 44 anos de muitas historias escutada, de muitos desejos revelados, de muitos galináceos ali assados e muita água ardente ali consumida.

Por ali passou e passa as figuras do bairro e da cidade, pois algumas de outros bairros vem sempre dá o ar de suas graças nessa região laguinense. É no Banco da Amizade onde tudo se resolve e se descobre...
 
Parabéns aos moradores do bairro por possuírem um Banco, um Banco onde se deposita e se empresta amizade, assim, a vida por ali flui e samba através da Amizade. Parabéns ao Baco da Amizade por resistir aos 44 anos. Viva ao Banco da Amizade! E Vamos Laguinhar...

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

A noite de natal tem cheiro de queijo



Osvaldo Simões

Durante as comemorações natalinas, famílias se reúnem ao redor da mesa, algumas. Outras se reúnem em qualquer lugar. Mas, sempre haverá uma mesa posta com as comidas tradicionais, arvore de natal armada, presentes colocados em seu pé, luzes cintilando na parede. Alias, as luzes fazem a festa dos olhos... A noite de natal é assim...

Para mim, existe outra noite. Já faz tempo, a cidade nem era asfaltada e terminava logo ali na baixa do Piloto, não passava do bueiro do pacoval e nem existia o Jacareacanga. Ainda existia a praça da saudade.
Os prédios primeiros claro, já estavam levantados. Lembro que existia uma escola denominada de Getulio Vargas, depois desapareceu no tempo.

Bem, mas não é isso que desejo comentar, desejo falar sobre a noite de natal com cheiro de queijo. Já faz algum tempo e bote tempo. Morava quando criança, bem ali próximo a sede dos escoteiros. Em diagonal com a minha casa ficava a casa de umas das poucas médicas da cidade, ela possuía um casal de filhos. Sua casa era de alvenaria tinha um jipe rural na porta. Diziam-me que ela podia, pois, era médica.

Eles demonstravam viverem com toda a fartura do mundo. Acordavam com sorrisos nos lábios. Nós também acordávamos com esse sorriso. Eu ainda não entendia bem a diferença, entre o ter e o possuir.

Mas chegou a noite do Natal, as crianças brincando na rua de chão batido, eu fui colocado para dentro da casa, não podia apanhar o sereno que se iniciara, bem, foi o que me disseram. Aceitei com algumas lágrimas nos olhos. Fizemos a oração do Santo Anjo tomamos a benção e nos recolhemos em nossas redes com mosquiteiros...

Longe uma musica tocava, meu Pai falou que era uma festa de gente adulta, num tal de hall guly. E assim adormeci. Acho que minha irmã também.
Em determinada hora fui acordado por minha Mãe, ela dizia que era para fazermos a ceia. No jirau da cozinha, um fogareiro a carvão acesso e quatro pedaços de queijo sendo assado, o cheiro penetrou em meu nariz, cheiro gostoso. E veio misturado com o café que ela acabara de passar na esculateira.
Sentamos os quatros no entorno da pequena mesa e fizemos a nossa ceia. 

Enquanto lá fora era algazarra de moleques que acabaram de ganhar seus presentes e participavam de algum banquete, pois, era muita felicidade em suas gargalhas.

Mas desde ai, aprendi uma coisa. A noite de natal tem cheiro de queijo e serve para fazermos uma reflexão de nossas vidas/ações...

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Como as coisas mudam




O mês de dezembro é o mês onde a festa requer presente... Sim, na verdade é a troca de presente que faz a festa ter suas expectativas nos olhares, ânsia nos gestos das pessoas.

É durante o mês de dezembro onde se pensa e se elabora a vontade de receber e dar presente. Isso, desde o tempo de criança, qualquer uma pessoa hoje lembra sua infância, das noites em que sonhavam com a chegada do pai Noel e seu trenó.

Sonhavam com o presente desejado, deixados aos pés da arvore de natal. Mas o tempo passa. As pessoas crescem, assim também os presentes. Os presentes, também mudam de idade para idade. Quando criança o preferido é um carrinho, para as meninas uma boneca.

Lembro que sempre gostei de ganhar trator. Acho que sonhava em ser tratorista. Não, não era só por isso, era também pelo trator da prefeitura que passava todos os dias coletando o lixo domestico na rua onde eu cresci. A cidade era pequena. E todos viam o tratar passando durante as manhãs coletando o lixo.

Pois bem! Também cresci, mas continuo acreditando nas trocas de presentes e na estrela noite de Natal. A mesa posta, a confraternização familiar e os presentes pedidos...

Na verdade, esse ano eu não pedi nenhum presente, sim essas coisas de brinquedos. Pedi simplesmente sabedoria. Mas não é que ganhei um presente. Ganhei um carro. Fiquei feliz...

Meu pai disse que tinha um presente para mim, a felicidade retornou em meus olhos como nos tempos de criança. Lá fui eu receber meu presente. Cheguei a sua casa cedo e participei do café da manhã, alias como em todas as manhãs.

Não demorou em meu Pai dizer: tenho uma negocio para te dar. Pois era o presente que eu já aguardava ansioso, pensei, será agora que vou recebe? Fomos até a área La dos fundos de sua residência, ele olhos para mim e disse: meu filho pode ficar com esse carrinho de mão, eu não tenho mais condições de guiá-lo. É teu pode levar.

Fiquei feliz e comecei a compreender. Ontem foi um carrinho desses de dar corda e apreciar o seu passeio... Agora é um carrinho para carregar as coisas, para trabalhar, sim um carrinho de mão, pára vê como as coisas mudam... Mesmo que ainda achem que o tempo mudou, continuo acreditando no sonho natalino...

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

Repetindo a frase na prática



Todo mundo com certeza conhece, ou já ouviu a reprodução da frase: quem rouba ladrão tem 100 anos de perdão. Frase que para muito (inclusive para mim) não passa de uma brincadeira, para outros não, é uma forma de motivá-los a prática do ilícito, sim ilícito, aquilo de mexer no alheio diria minha vizinha falecida há anos.

Veja só, esse negocio de ficar repetindo as frases alheias, às vezes causa transtorno a cabeça das pessoas, principalmente em pessoas ambiciosas, aquelas que não podem ver nada em sua frente, e vendo que não a possui daí é um dois para começar a se coçar e querer conseguir, e o pior é que a prática é aquela do seja do jeito que vier...

Falo isso, por ter um conhecido, interprete musical dos bons, andou criando olheira durante anos foi quando resolveu estudar e se graduar, a partir daí se achou dono de todas as coisas, somente seu pensamento e suas ações eram as coisas mais corretas.

Resolver ser baba ovo de candidatos a cargos eletivos. Até que um dia acertou em uma candidatura vitoriosa, candidato atrelado até com o cachorro morto há anos. Esse candidato venceu e lhe concedeu, sim concedeu um cargo chamado “cargo de confiança”. E para onde foi nomeado, ora párea onde, a avaliação é simples. Sabe cantar, tem bom gogó, pode alegrar as festinhas na casa do patrão... Foi para a cultura. Sem entender o sentido/significado da mesma.

Pois muito bem, passou a analisar as festas e mais eventos. O dinheiro já estava depositado na rubrica para as realizações das ações. De repente surge com carros dois novos, mudou do brechó da esquina (não que não tenha nada que preste) passou a comprar na trombinha onde as peças vistorias são os olhos da cara.

As reclamações começaram a chegar ao ouvido do seu patrão (assim chamava ao chefe imediato) os olhos de todos começaram a ficar escancarados devido a sua desenvoltura, devido ao seu progresso repentino material. Vejam até os brincos que usavam de Michelin, agora são de ouro 18 quilates.

Depois de algumas investigações, confirmaram que o mesmo era um dos que para aprovar qualquer evento levava a sua parte, ou seja, era a corrupção séria. Era roubo.
Foi chamado. Ouvido e confirmou que recebia sim, pois não achava nada de mais. Ladrão que rouba ladrão tem 100 anos de perdão. Frase utilizada, repetida na prática. Assim também desmantelou a quadrilha. Agora não haverá carnaval... O dinheiro desapareceu