terça-feira, 11 de agosto de 2015

Nivito Guedes no botequim



Por Fernanda Picanço

Nesta terça-feira (11), quem se apresenta no Botequim é o cantor amapaense Nivito Guedes, a apresentação acontece às 19h no Sesc Araxá. Nivito é violonista, cantor e compositor, começou a tocar profissionalmente, pela noite paraense em um grupo de samba e pagode, com parceiros como Jurandir do Cavaco, Josemar (o boca), Adamor Ribeiro, Paulo Moura, Almino e outros.

O cantor Possui 3 CDs gravados, “Todas as Luas” , “Tô em Macapá” e um CD Coletânea com Músicas que participaram de Festivais, DVD “Especial da Música Amapaense”, DVD do show em São Paulo pelo Projeto “Amapá em cantos”, possui músicas gravadas em CD’s de coletâneas da música Amapaense, Documentários, Clips, Festivais e por outros interpretes da música Amapaense, tais como: Patrícia Bastos, Maria Eli, Helder Brandão, Sabastião e Julielle, Vavá Ribeiro (PI) entre outros.

Suas composições retratam uma diversidade de gêneros musicais que abarca desde características rítmicas locais/regionais (indígena; Marabaixo; Batuque; Zimba; o Carimbó, merengue e outros
Serviço
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sábado, 1 de agosto de 2015

Tributo a Alcy Araújo





                Cinco escritores amapaenses realizaram ontem (31/07/2015) uma homenagem sui generis ao cinquentenário de lançamento do livro “Autogeografia”, do poeta Alcy Araújo. Esse livro foi o primeiro do mais importante autor que passou pelo Amapá, lançado em julho de 1965.
                A homenagem foi feita exatamente às 12h00, em quatro pontos da cidade e sob o monumento Marco Zero do Equador, quando todos leram ao mesmo tempo trechos da obra Alcyniana. Os escritores escolheram esse momento místico para fazer a leitura de textos do livro a partir de quatro lugares da cidade, em direção ao Marco Zero do Equador, a fim de realizar uma Pirâmide Mental direcionada ao vértice desse extraordinário ponto de convergência, receptor de energia astral da cidade de Macapá, que tanto o poeta amava.
                Alcy Araújo foi pioneiro do Território Federal do Amapá e aqui trabalhou como jornalista e servidor público, exercendo altos cargos no decorrer de sua vida profissional. Como escritor incursionou pelo campo da poesia, do conto e da crônica, entre outros. Era compositor e chegou a ganhar festivais de música por aqui. Mas foi a poesia que lhe marcou definitivamente e de forma gloriosa a sua carreira. Boêmio e amigo de todos, Alcy influenciou dezenas de poetas em suas criações, desafiando-os a produzirem e se aprimorarem. Era conhecido nas rodas boêmias como “Tio” Alcy. Deixou uma quantidade incontável de textos e poemas que precisam ser publicados e divulgados, pois sua poesia não perde a atualidade.
                O Amapá tem o dever de preservar a memória criativa e cultural dos seus escritores, a fim de que eles possam ser conhecidos pelas novas gerações e pelas vindouras. O livro “Autogeografia” merece urgentemente uma reedição, bem como os outros livros que o poeta chegou a publicar como “Poemas do Homem do Cais” e “Jardim Clonal”. Seus contos e crônicas e contos precisam ser reunidos e estudados, entretanto nem a Academia nem os setores culturais oficiais mexem sequer um dedo para reacender essa memória escrita, preferindo a cultura de massa em detrimento da nossa formação intelectual.
                A pirâmide é o símbolo da ascensão. Ela, invertida sobre a ponta, é a imagem do desenvolvimento espiritual: quanto mais um ser se espiritualiza, mais sua vida se engrandece, se dilata à medida em que ele se eleva. Do mesmo modo no plano coletivo: quanto mais um ser se espiritualiza, maior é a sociedade de seres personalizados na vida dos quais ele participa. Convergência ascendente, consciência de síntese, a pirâmide é também o lugar de encontro entre dois mundos: um mundo mágico, ligado aos ritos funerários de retenção indefinida da vida supratemporal, e um mundo racional, que evocam a geometria e os modos de construção. Na pirâmide há, ainda, uma pulsação dinâmica que pode ser vista como o símbolo matemático do crescimento vivo, expressão esta que melhor exprime o simbolismo da pirâmide. Atribui-se a Hermes Trimegisto uma ideia análoga: o cume de uma pirâmide simbolizaria o Verbo demiúrgico, Força primeira não engendrada, mas emergente do Pai e que governa toda coisa criada, totalmente perfeita e fecunda.
                O ato realizado pelos cinco escritores não objetivou caracterizar uma liturgia mística ou religiosa, mas uma ação respeitosa àquele que foi nossa maior referência poética e que precisa ser reconhecido cada vez mais pelo que fez e pelo legado intelectual e artístico que deixou. Os escritores foram: Manoel Bispo, Fernando Canto, Paulo Tarso Barros, Osvaldo Simões e Alcinéa Cavalcante (filha do poeta).
                Uma forte emoção tomou conta de todos os cinco participantes na hora de realização do ato piramidal e poético, com a leitura dos textos abaixo. Em setembro, por ocasião do Equinócio da primavera, novo ato será realizado, desta vez com a participação de grupos poéticos e teatrais.

MENSAGEM
                Alcy Araújo
O mar está ficando cada vez mais distante.
Já quase não divulgo o cais enevoado
que o mar vai levando
e o navio desapareceu  em direção
ao outro lado do hemisfério,
deixando meus olhos inertes, sem lágrimas,
dentro da paisagem estacionária do espelho.
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Voltarei a me encontrar com o Mundo.
E, quando terminar este descanso, Amada,
será chegada a hora bíblica de enviar,
por um verso em demanda,
uma mensagem de encorajamento
ao povo nascente que habita
a terra em formação
naLatitude Zero.

TEXTO 2.

                Estou nu, como o sou diante do meu Anjo, desde a minha inauguração até o agora. Amanhã, talvez, terei mudado. Metamorfose ou metempsicose. Mas aí estas palavras e estes carinhos terão passado, por ser só este pouco o muito pouco que posso oferecer:
                o meu humílimo gesto de poeta.

A você, poeta Alcy Araújo, a nossa gratidão!